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Nove meses

por Pineapple com açúcar, em 28.10.16

Hoje faço nove meses e decidi medir o meu berço com as minhas mãos.

 

Decidi isto hoje à tarde quando estava a tentar lamber e morder os sapatos que fazem "plic plic" da minha mãe. Ela vem sempre muito escandalizada retirar-me os sapatos e outras coisas da mão. Esganaaaaaada. 

 

Como já gatinho, consigo me desenrascar com outro objecto que não seja um brinquedo, mas há dias em que eles me tiram tudo. Não posso brincar com os telemóveis, que dão luz e sons, com os ipads, com sapatos, com os óculos de sol, com facas, com garfos, com objectos de vidro... Eu brinco com o quê? Com o ar?!

 

Numa destas retiradas de objectos, lembrei-me que seria divertido contar quantos palmos tem o meu berço, para mais tarde fazer uns cálculos e umas equações.

 

Há coisa de uma semana atrás comecei a gatinhar, primeiro de recuo e mais tarde para a frente. Gosto muito de fazer as coisas na creche, tenho plateia e mais tarde é que faço em casa... Porque quem manda aqui sou eu!!

 

Ando muito depressa com as pernas e às vezes os braços não acompanham e aí decido descansar um bocadinho, seguindo de imediato caminho.

 

Tenho um mundo para explorar, muitas divisões para ver... e a Fiji para apanhar.

 

Já me ponho em pé, mas às vezes as meias escorregam e caio redondo no chão. Medo?? Eu?!! 

 

"Nim pensá", isso é sempre para frente.

 

Oiço tantas vezes a minha mãe dizer, "ele está a crescer tão depressa", e eu penso " meq querias que eu fosse caga tacos como tu..."

 

 

E é assim, a vida corre e já podemos falar em nove meses dentro e nove meses fora. E é neste marco tão importante que o João Maria passou a ser mais João Maria e menos meu. Os filhos são do mundo e para o mundo e as mães ficam atrás, atrás do palco, no "backstage" a segurar as costas quando caem, a segurar as mãos quando andam a segurar as pontas, a aplaudir, a enxugar as lágrimas. Atrás, com um sorriso gigante, atrás de braços abertos. Eu quero um filho que olhe para a frente, que descubra, que invista, que se interesse, mas quero que olhe para trás e me veja sempre, sempre lá. Quero que ele olhe por vontade e desejo e sinta que a mãe estará sempre lá, atrás, mas sempre presente com um sorriso do tamanho do mundo e o maior abraço do universo!!

Há nove meses que tenho um coração que não pára de crescer... Nove meses a querer viver todo o segundo intensamente, a querer viver mais do que nunca.

 

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