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Barrados nos Serviços Estrangeiros e Fronteiras

por Pineapple com açúcar, em 21.06.17

Chegamos às Bermudas!

Ao chegar à nossa vez no controlo dos passaportes lá explicamos que vínhamos para a casa de família e que não sabíamos a morada. A senhora com ar calmo e com aspecto de quem nos ia mostrar a saída, coloca-nos numa sala de espera. Na parede encontrava-se um enorme mapa da Bermuda e se fosse eu a mandar naquilo tudo, colocava um placard ao lado a dizer "this is Bermuda, the island that you might not see if you carry something illegally with you."

Dentro do escritório, comumente, conhecido pelos nossos imigrantes como "ofa" (office), estava um senhor de porte considerável grande, com uma voz considerávelmente potente, a tratar de assuntos considerados importantes. Por cima da sua cabeça tinha uma ventoinha reproduzindo perfeitamente o programa "presos no estrangeiro".

Peguei no JM e disse " João Maria, olha bem para a mamã. Trouxeste alguma coisa que a mamã não saiba? Tipo, bolotas no estômago, cintos de cocaina à cintura, plantas invasoras, tabaco falsificado? Estás a pensar vir trabalhar sem contrato, abrir alguma conta, qualquer coisa!??

Pronto, então agora podes parar de fazer ar de delinquente. Isto não abona a nosso favor, ok? Vá lá, a mamã está a pedir.

Oh, toma uma banana." Ninguém consegue ter ar de rufia a comer uma banana, pelo menos eu acho...

"Next", chamou o senhor com ar jamaicano.

Explicamos a situação e dissemos que os familiares estariam à nossa espera lá fora. O senhor disse que iria chamá-los pelo microfone e eu pela minha experiência em aeroportos sabia que a probabilidade de alguém, que não vai viajar, perceber o seu nome no altifalante, pronunciado por estrangeiros era quase impossível.

Aí eu disse " preparem-se família que vamos de volta para Portugal, não se desarruma as malas nem percam o sorriso, que mal a gente aterre em São Miguel, vamos directos para a Ribeira Quente e Furnas. Querem água quentinha, mamã dá água quentinha. João Maria say bye bye to Bermuda."

Bem dito bem certo, ninguém se acusou.

"Do you have a phone number to call?"

Sim tenho um número de telefone, claro, mas é que nem penses que eu vou activar os dados móveis! Eu vim de Portugal, POR-TU-GAL, não ganho 30 "dollas" à hora, não tenho conta desviada para esse paraíso fiscal. O dinheiro está todo contadinho, por isso não esperes que vá gastar uma saca de dinheiro em telefones só porque o senhor acha que temos ar de quem vem espalhar a delinquência.

Devia ter trazido o vestido de noite, com o lenço amarrado ao pescoço, óculo de sol e lábio vermelho e àquela hora já eu estava a dar cavirotas numa praia qualquer.

Isto era o que eu queria ter dito mas, basicamente, mostrei-lhe o número no telemóvel e fiz ar de atrasada mental. Estive quase quase a babar-me, mas entretanto ele já estava a digitar o número no seu telefone.

Uff que sorte, olhei para os rapazes com ar de "se não fosse eu e o meu ar perfeito de atrasamento mental, já estávamos sem orçamento até ao natal de 2019.

A minha mãe atendeu e lá se resolveu a situação, disse umas graçolas, rimo-nos todos e ala que nos pusemos na alheta. Fui logo trabalhar sem contrato, só para me vingar da imigração. Foi mesmo ali no aeroporto, pus-me logo a arrumar carrinhos e a pedir "dollas".

Vi a minha mãe que foi um consolo muito grande no coração, mas consolo maior foi vê-la a consolar-se com o neto. Não há amor maior e mais bonito.

Entretanto a aventura já estava a rolar e como nos acontece sempre coisas que não lembra ao diabo mais novo, há muita coisa para contar...

Entretanto deixo-vos uma foto do Little Pineapple a brincar ao jogo "sou rapper delinquente."

Foi por causa deste ar que fomos barrados... De certeza absoluta!

 

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Estamos de viagem

por Pineapple com açúcar, em 13.06.17

Finalmente chegou o dia de nos pormos na alheta.

Até ao dito dia estás sempre a pensar que alguma coisa vai acontecer e alguma coisa é o quê?

É que o pirata apanhe alguma mazela e nos trame as férias. Por isso, na recta final estava eu sempre a perguntar,

"vê se ele está quente, achas que é febre? Vê se tem borbulhas."

Até à data tudo ok, só uma intolerânciazita à lactose que foi rapidamente controlada.

Começamos muito bem, só com um pequeno percalço chamado "voo cancelado".

Sem stress, vamos no dia a seguir, o importante é que estamos de férias e que se é para acabar o mundo que seja quando estivermos de férias. O importante é o espírito em que se leva a coisa.

No dia a seguir lá fomos nós todos animados rumo aos states.

O JM tomou, sem a nossa autorização, alguma substância ilícita que provoca safadez, hiperactividade com um toque de malcriação e desfadamento. O rapaz virou. Eu não sei, mas se me pedirem para fechar os olhos e visualizar o Hitler com 16 meses eu fecho e vejo um Little Pineapple com bigodinho a impor a sua vontade por todo o lado.

Andou a viagem toda a meter-se com as assistentes de bordo, a fazer palhaçadas, a achar-se engraçadinho, a dizer não a todas as minhas ordens. A querer ficar em pé quando deveria ficar sentado, a querer ficar sentado quando deveria andar e se já falasse aposto que diria qualquer coisa como "eu quero que a rua sésamo vá para o raio que a parta."

Se calhar é a ausência de lactose que o enche cheio de vontade própria, cheio de dono de si, cheio de confiança.

Truque de viagem número um:

Munires-te de bananas e pão. Só com bananas e pão é que ele sossega.

Ao chegarmos a Boston lá fomos nós sem carrinho de bébé com ele ao colo para a fila interminável dos passaportes e da alfândega, por cá, país magnífico, este topo do mundo, não há prioridades para bébés, deixam isto para a recôndita e velha Europa.

Ao sairmos do aeroporto estavam nada mais nada menos do que 9 graus. Frio pra cacete e o nosso transfer só nos poderia vir apanhar dali a uma hora. Uma hora a rapar frio e a tirar beatas das mãos do JM, sim ele cata tudo o que é lixo e sim ele continuava em modo "electric Pineapple". O transfer chegou mesmo a tempo de eu não me passar com as malditas beatas. 

Estava carregado de bombeiros brasileiros, peruanos e outros que mal consegui decifrar, o cansaço já se tinha apoderado de mim desde o primeiro minuto da viagem. Preparar, prever, organizar as tralhas de uma viagem com uma criança caaaaansa muito. Toca a despachar que no dia a seguir partiríamos para as Bermudas, para o sol e calor.

A viagem demorou duas horas, o que acaba por ser peanuts para quem vem de uma de quase seis horas.

Ao aterrarmos nas Bermudas, saímos do avião e primeira constatação:

Bafo! Humidade absurda com temperatura absurda, igual a calor demoníaco.

Segunda constatação:

Dão prioridade às crianças, o que faz toda a diferença para quem carrega piolhos eléctricos e jet legados e cozidos do calor.

Ao preencher os papéis alfandegários percebi que não sabia a morada que iríamos ficar. Disse: " inventa uma."

" Não, digo que vamos ficar em casa de família e verás que não há problema." Respondeu o pai da criança.

Eu só queria chegar ao destino, ver e almoçar com a minha mãe...

Tinham-nos dado prioridade e tudo... só que...

Continua...

 

 

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Duas noites sem o Pineapple

por Pineapple com açúcar, em 10.10.16

Aos oito meses tive que me separar por duas noites do meu bébé.

 

Vim em viagem de negócios a Nova Iorque... Mintxiraaa, vim a uma acção de formação a Santa Maria, o que não é muito diferente de Nova Iorque, sejamos sinceros!! 

 

O JM ficou com o seu rico pai. 

 

A mãe é que não estava à espera desta partida nem tão cedo, mas o que tem de ser, tem muita força e não há que ser dramática. 

Pus logo em modus operandis a teoria da Positividade e comecei a enumerar as coisas que poderia pôr em prática, como dormir, ler um livro, jogar candy crush, nadar, papar as novelas todas com o comando na mão sem ter que pedir por todos os santinhos do céu para me mudar de canal... E assim sucessivamente.

 

No entanto, na prática as coisas não foram bem assim. A teoria da Positividade manteve-se, mas misturou-se com a teoria do "não consigo parar de pensar no que é que o rico filho anda a fazer", juntamente com a teoria do "será que me esqueci de dizer/separar/meter/lavar/arrumar alguma coisa?"

 

Vim para uma acção  de formação e basicamente o meu primeiro dia foi assim:

"Então Rita, reparei que tem estado muito atenta. Tem alguma coisa a dizer?

Quem eu?!? Ah, estava a pensar no tempo. É que isto virou e eu estou às voltas e voltas a pensar no que é que o pai vestiu o rapaz. Espero que ele não tenha calçado os peúgos dos elásticos apertados, é que aquilo, num instante, faz garrote nas perninhas e já estou a visualizar o meu rico filho num canto da sala a chorar com tantos formigueiros nas canelas e pézinhos... E será que as auxiliares vão dar conta disso? Não sei...

Também estava a pensar nas unhas super sónicas que ele tem... Em duas noites devem disparar. Deixo um ananás em casa e ao regressar encontro uma garça.

E a cera dos ouvidos?! O pai é inimigo de lhe colocar cotonetes, aquilo deve estar em forma de cascata. Pineapplefalls.

 

Aaaaahhh, a senhora formadora estava a perguntar-me sobre a matéria?! 

Acha que uma mãe com um filho de oito meses em casa, deixado aos cuidados do pai, sem avós, sem nada, vinha atinar alguma coisa para aqui?! 

Acha que uma mãe que pariu à oito meses consegue ter algum poder de concentração e raciocínio. Se eu já tinha um cérebro de nêspera antes de engravidar, agora passei a ter um de mirtilo... Murcho!

Acha?!

Aaaaagooora!!! Não façam contas comigo."

 

Resumindo, não li, não dormi as horas que esperava dormir, não vi televisão, não nadei, mas, que diabo, também não é assim tão maaau...ninguém morre de saudades, nem eu nem ele e uma mãe tem de ter este poder de encaixe, tanta coisa que vem por aí fora... 

 

Sabia que ele estava bem e que estava a ser muito bem cuidado. Afinal, para o pai, não há nada mais importante no mundo e mais além do que eu seu lindo Pineapple.

 

Para complicar mais um bocadinho não deixei nada separado. Não separei roupas, nem mochila para a escola, quis que fosse o pai a comandar as tropas, quis que ele sentisse o peso da responsabilidade. A  única coisa que fiz, sem ele saber, foi colocar as melhores roupas a fazer pandã por cima. Sabia que ele iria pegar na primeira coisa que visse. Quando viu o resultado deve ter-se sentido super orgulhoso.

 

A verdade é que quando cheguei, depois de levar tantos beijos e abraços o senhor mini Pineapple só queria pai pai pai... 

 

Correu bem... Bem demais.

 

Fui me deitar de coração apertado, mas no dia a seguir ele já gargalhava para a sua mãe com todos os seus dentes... Três!

 

A viagem foi alegre e divertida, com muito sono, falta de concentração e boa comida à mistura.

Falamos de espíritos e lugares assombrados ao jantar para cada um ir dormir de luz acesa para o seu quarto e arregalar o olho ao mínimo som.

 

Um ponto muito positivo:

O pequeno almoço de hotel. É bom, é muito bom.

 

 

 

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 Fui comer um crumble de maçã ao Espaço em Cena e fiquei deliciada com o crumble, com as infusões, com o ambiente e com a decoração. Five stars!

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Passeando e olhando

por Pineapple com açúcar, em 26.07.16

O pai foi tratar da sua vida e ficamos nós prontos para andar neste mundo mega urbano.

Estamos numa nano casa no príncipe real, casa com escadas numa rua inclinada de calçada portuguesa.

Objectivo do dia: não malhar com o focinho e deixar intacta a dentuça.

Viemos tomar o pequeno almoço num sítio super mega gay, logo super in com pessoas super alternativas. Todos lumbersexuais com o calção de ganga justo de virola para cima, t-shirt manga cava, de sacola ao ombro e claro, barba, muita barba.

A maior parte pedaços do mau caminho, giros, mas que te olham em tom altivo e com ar condescendente, como se fosses uma pirosa do piorio.

A verdade é que os fregueses cá da zona são todos estrangeiros e por isso ninguém achou estranho quando vociferei um "pintxa tua mã" ao ver o preço dos detox. Pressinto que me devem achar italiana devido à enorme sensualidade inata que emana do meu corpo.

O tasco chama-se TEASE, decorado em tons de vintage chic com uma ementa saudável e deliciosa. O empregado gay, um gay alternativo de pircing e franja acima das sobrancelhas. Calções e camisa às flores de manga cava a queixar-se compulsivamente do calor. A empregada gira vestida em tons de casual chic, com ar de quem devora cinema alternativo e festivais de verão.

Estávamos em modo tia Anita. A tia Anita adora sentar-se e olhar as pessoas, decifrar-lhes a vida, o dia e passa horas nisto. A ouvir e a ver as pessoas e nós também. Ver o mundo com olhos doces e humor apimentado e se possível a molhar o bico numa ou outra eguaria.

Quando dei por mim já era hora de almoço e o rapaz transpirava a fio... Está um calor marroquino e caraças ninguém aguenta. 

Lá fomos para casa abrir as janelas todas e esperar que aparecesse um vento encanado  para alegrar as nossas almas.

Voltamos à praça das flores depois das 18h, até lá não há corpo que aguente tanto calor.

 

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Estamos na capital

por Pineapple com açúcar, em 25.07.16

Como era de esperar fui convidado para o baptizado do filho do Quaresma.

Mandou-me um convite em tons de prateado a pedir a confirmação. Falei com a minha mãe e disse-lhe que gostava de ir e que caso não fosse o Quaresma tatuava a terceira lágrima.

A minha mãe disse logo:

" Claro que vamos, não se quer tamanha desgraça."

Isto de viajar é cá uma azáfama e nem sempre é como queremos. Os voos estavam todos cheios e só conseguimos lugar na segunda-feira. Nunca pensei que fosse um problema chegar um dia após o dito baptismo, afinal é ou não é uma festa de ciganos?!

 

Chegamos na segunda-feira à tarde ao recinto da festa e qual não foi o nosso espanto?? 

Ninguém na festa, deserto...

 

 O préstimo é virem dizer que são ciganos, que passaram muito, que foram muito pobres ,mas quando se trata de seguir as tradições e fazerem festas de quatro dias, ah e tal que já não se usa, que agora somos vips e não tocamos guitarras nem cantamos o jovi jová.

Lá nos fomos embora com as marmitas vazias, com os "carracoles" de princesa  de minha mãe escangalhados, mas também a minha mãe disse-me:

" Eh não vais chorar?! O que não falta é baptizados para ir e já que estamos por cá vamos mas é aproveitar o sol da capital e dar uns bons passeios."

Isto tudo para dizer que estamos a passear pela capital, ou melhor, a destilar pela capital.

Está tanto tanto calor que mal podemos sair de casa. Procuramos os jardins e as horas de menos calor para pormos os canelos de fora.

De qualquer forma, tem sido tão bom estes dias de verão em plena cidade.

 

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Férias #1

por Pineapple com açúcar, em 16.06.16

Pela primeira vez na vida viajei com o pacote completo. Tudo incluído. Homem, filho, padrinhos, comida, bebida, praia, piscina, sol. " All inclusivio".

 

O hotel

 

O hotel é famoso lá para os lados de sua majestade, repleto de ingleses com queimaduras de segundo grau e tenho quase a certeza que tinham um serviço de snipers à entrada a abater quem fosse magro. Dei por mim na piscina a pensar, " hei lá, atenção, como é que eu estou cá dentro?"

Estive quase a ir reclamar à recepção, mas fui pedir um cachorro e logo me esqueci.

A média do peso deveria rondar os cem, aquilo é que era fartura. Vi umas mamocas a apanhar banhos de sol que uma delas era, simplesmente, o meu tronco todo... Mais uma vez tive quase a ir reclamar à recepção a lacuna no serviço de snipers mas fui pedir uma fatia de pizza e logo me esqueci.

 

Os quartos

 

Os quartos eram super anos 70.

Porque é que a indústria hoteleira da classe média baixa adora cortinas e colchas enramadas? Tipo, o branco... O branco é tão simples e fácil, caga-se tudo é verdade, mas quem lava  lençóis conspurcados de surro de cabeça pode lavar colchas e cortinas. Para além disso têm lavandarias potentissimas.

Deixei o meu contacto na recepção.

"Mira guapo, quando quereis cambiar los quartos habla comigo. Cambio tudo e tudo muy baratito... Tudo com nanases, piñas!!! Cambiamos las estrelitas de lo hotel de quatro para siete, rápido. Compriamos tudo nos los chinieses que és mas fácil para queimar quando quisermos cambiar  tudo outra vez.  Habla com o teu patrão. Não te olvides."

 

As casas de banho tinham duche e banheira, o Little Pineapple tomava sempre o seu banhinho na banheira que nem um homem grande. Ficamos à rasca das costas mas o que é isso quando se está de férias?? 

 

 

O Buffet

 

O Buffet... Nem gosto muito de falar sobre isso que dá-me vontade de chorar de manhã à noite. Era muito bom.

Super variado e para todos os gostos. Podias comer de forma saudável durante os sete dias da semana ou se preferisses enfardar tudo o que é porcaria também o conseguias os sete dias.

 

Escandalizei-me várias vezes na semana. Primeiro porque tens tempo para te escandalizares, estás de férias, depois porque podes escandalizar-te na tua língua sem que ninguém perceba que estás escandalizada e a falar mal dos que te rodeiam e terceiro porque eu gosto de um bom "inredo".

 

Escândalo número um.

 

O sol. Eu não sei qual é a informação que dão a esta gente no seu país relativamente ao sol, mas não é a mesma que nos dão. 

Eu sou do tempo em que se ia para a praia com o boião de creme de cenoura, mas as coisas mudaram drásticamente.

Eu estou no tempo em que é mais aceitável cheirares uma linha de coca (salveseja) do que ires com os teus filhos para a praia sem sombrinha nem protector do meio dia às cinco.

Eu estou no tempo em que um bébé escaldado pelo sol dá direito a duas punhadas no focinho e aquela gente na boa. Das dez da manhã às sete da noite. Rapazes ao sol todo o dia, há-de ser o que nosso senhor quiser e depois na hora das refeições dava por mim a ver aqueles disparates a cirandarem todos escaldados.

 

O JM era o bébé mais pequenino do hotel e andávamos nós com todos os cuidados e mais alguns. Sombrinha, camisa, calções, chapéu e protector. O pai até colocou protector na cabeça toda deixando a pouca penugem da criança assolapada ao casco.

Aí fui reclamar, não houve hipótese.

Cheguei à recepção e foi mesmo em português,

" Olha lá, isso como é?? Tudo incluído, tudo incluído e paciência para sofrer o pai da criança, onde é que está? Publicidade enganosa é o que é. Compensation!!!"

 

Eu falo falo, mas quem anda a ficar a sismadinha de serviço é a mãe e o pai é que anda a acalmar os nervos e inseguranças da mãé.

 

Lá andei eu a fazer a boa ação do dia e andei a distribuir fotos de sensibilização em que o slogan era:  Cuidado com o sol que ainda te tornas numa fafuxa, tituxa, cocuxa, liluxa, ninuxa...

 

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Escândalo número dois.

 

 A comida.

Deixares que o teu filho coma esparguete com Ketchup com sprite ou cola e em cima duas taças de gelado,não um dia (o que para mim já é grave), mas os sete dias da semana dá direito a duas chapadas no mesmo lado.

E eu que achava que deveria melhorar a minha alimentação, criar um estilo de vida mais saudável, nós somos o que comemos minha gente, chego lá e vejo que eu sou a rainha da comida saudável ( mais ou menos, vá).

Não sou de fundamentalismos, como de tudo, pizzas, cachorros, tudo, e também não vou ser fundamentalista com o meu filho. 

O açúcar é a droga do século, mas eu também não quero criar um tolinho que chega às festas de aniversário e entra em modo psicadélico a comer tudo o que abocanha, tudo porque a mãe, que não está presente, não o deixa comer, chegar à festa, e dar com ele debaixo da mesa de dentes pretos de chocolate e a engolir smarties como se não houvesse  amanhã. Mas, como é óbvio não vai comer (pelo menos na minha presença) bolicaos, nem batatas fritas, nem croissants de ovo ao pequeno almoço. 

Aquilo é que eram torres de comidas naqueles pratos e depois nem para subirem um lanço de escadas de 26 degraus (que eu contei), eram capazes de ficar cinco minutos à espera do elevador e nós de carrinho de bébé a ver os elevadores encherem e aguardarmos o próximo.

 

Escândalo número três.

 

As férias terem acabado num abrir e fechar de olhos. 

 

 

 

 

 

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De viagem

por Pineapple com açúcar, em 04.06.16

Já cá estamos. A viagem foi boa e portamo-nos todos muito bem. Vai uma salva de palmas para a família pineapple!!

 

Por incrível que pareça a mãe foi a que mais stressou. No dia antes da viagem estava uma pilha de nervos. E quem é que paga as favas, quem é?

Não "é ê" que ainda só tenho quatro meses. É o paaai que tem idade para levar com as favas e com muito mais. Também, aprendesse a estar calado, ganhava mais. Cá eu, quando vejo que a coisa está feia finjo-me de tolinho, finjo-me de surdo mudo e fico para aqui quieto que nem quatro meses de idade.

 

É verdade stressei mais do que o habitual e eu passo a explicar.

 

Ponto número um, odeio preparar malas de viagem.

 

Ponto número dois não sei preparar malas de viagem.

 

Ponto número três, não sei preparar malas de viagem para bébés.

  

Ponto número quatro, isto dá muito trabalho.

 

Ponto número cinco, não gosto de andar de avião.

 

Ponto número seis, não fazia a mínima ideia de como o meu filho iria portar-se dentro de um avião. É como aqueles donos de cães de raça perigosa que dizem que o cão é muito mansinho e que não faz mal a ninguém até que aparece outro cão e aiiii que não trouxe o açaime. É como o meu ananás "pikinino", ele é um santo, é um fofinho, é um gostoso mas também dá-lhe a breca e eu sei lá se a breca não aparece quando estivermos confinados a um espaço fechado sem campainhas para parar na próxima paragem, com centenas de olhos prontos a julgarem uma mãe por ter trazido uma nisca de gente viajar?!

E se lhe dá cólicas no meio do voo. E se fica com dores de ouvidos e se e se e se???

 

Ponto número sete o pai da criança causa-me stress crónico.

 

O pai por incrível que pareça estava zen, com tempo de sobra para fazer tudo o que tinha planeado, utilizando a famosa frase do " calma, é preciso ter calma." Frase altamente inflamável para quem anda em modo " vai-te pó raio que ta parta".

 

Resumindo correu tudo muito bem e não havia necessidade dos nervos.

 

 

A viagem foi óptima, o pequenino foi óptimo e nem cólicas nem dor de ouvidos.

 

Ele está sempre super bem disposto como se vê por aqui. Chegou em modo eufórico a dar gritos de excitação e a rir-se desmesuradamente. Isto com as crianças nunca se percebe muito bem.

Às vezes ficam felizes com tão pouco e furiosos por nada. Associamos tamanha alegria aos milhões de estímulos, mas pode ser uma simples coincidência.

 

Não nos podia ter saído na rifa melhor menino... 

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Próxima paragem... Férias

por Pineapple com açúcar, em 24.05.16

Já andamos a estagiar para as férias. O Little Pineapple muito em breve irá internacionalizar-se fazendo a sua primeira viagem de avião.

 

Isto vai ser uma azáfama que nem vos conto... Ou melhor, conto-vos, conto-vos tudinho.

 

Há inúmeras coisas que eu odeio fazer, odiar é uma palavra feia, vá, não gosto de fazer. Muitas coisas mesmo, preparar a mala de viagem é uma delas e preparar a mala para mim e para a criança é o demónio em "boxes".

 

Eu acho, sempre, que necessito de todo o meu armário para viajar. Uma pessoa nunca sabe em que "mood" vai acordar, por isso mais vale prevenir do que remediar. 

 

Esta viagem não será muito diferente, por isso é levar tudo o que tenho, ou pelo menos o que me serve... E sendo assim a minha bagagem resume-se a um saco de plástico da casa cheia. 

 

Em relação ao rapaz é outra história e que história.

 

Hoje tirei o dia para tratar das coisas. De manhã liguei para a senhora da marconi.

 

" Bom dia senhora, queria o indicativo da Rússia se faz favor. Se a senhora souber dar-me o número de telefone do Antonov, agradecia. Do Antonov!! An-to-nov... O avião cargueiro senhora. Sim, vou viajar com o "mê pequeno" e tou me organizando." 

 

Ela ligou para a colega, a colega passou para a outra colega e a outra colega passou-me para a outra e pronto o Antonov ficou reservado.

 

Depois mandei um email à pediatra, à enfermeira e  à médica de família a avisar das datas da viagem e hora que o Antonov parte de Ponta Delgada. Sendo assim, vão no Antonov que sempre vão mais à larga e assim estou precavida na eventualidade do Little Pineapple beber água com cloro ou de lhe dar uma caganeira. 

 

E pronto é só esperar pelo dia e acartar, acartar e acartar as malas.

 

O meu saquinho de plástico vai comigo na mão, vai comigo na Sata.

 

Sou muito descomplicada, muito simples, muito "less is more" e até ao dia vamos estagiando cá por casa.

 

 

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