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A maternidade abordada em tom humorístico, no meio do Atlântico, por um casal em que a experiência neste mesmo assunto é nula. O objectivo é relativizar o difícil e complicado e rir, rir muito...
Aos oito meses tive que me separar por duas noites do meu bébé.
Vim em viagem de negócios a Nova Iorque... Mintxiraaa, vim a uma acção de formação a Santa Maria, o que não é muito diferente de Nova Iorque, sejamos sinceros!!
O JM ficou com o seu rico pai.
A mãe é que não estava à espera desta partida nem tão cedo, mas o que tem de ser, tem muita força e não há que ser dramática.
Pus logo em modus operandis a teoria da Positividade e comecei a enumerar as coisas que poderia pôr em prática, como dormir, ler um livro, jogar candy crush, nadar, papar as novelas todas com o comando na mão sem ter que pedir por todos os santinhos do céu para me mudar de canal... E assim sucessivamente.
No entanto, na prática as coisas não foram bem assim. A teoria da Positividade manteve-se, mas misturou-se com a teoria do "não consigo parar de pensar no que é que o rico filho anda a fazer", juntamente com a teoria do "será que me esqueci de dizer/separar/meter/lavar/arrumar alguma coisa?"
Vim para uma acção de formação e basicamente o meu primeiro dia foi assim:
"Então Rita, reparei que tem estado muito atenta. Tem alguma coisa a dizer?
Quem eu?!? Ah, estava a pensar no tempo. É que isto virou e eu estou às voltas e voltas a pensar no que é que o pai vestiu o rapaz. Espero que ele não tenha calçado os peúgos dos elásticos apertados, é que aquilo, num instante, faz garrote nas perninhas e já estou a visualizar o meu rico filho num canto da sala a chorar com tantos formigueiros nas canelas e pézinhos... E será que as auxiliares vão dar conta disso? Não sei...
Também estava a pensar nas unhas super sónicas que ele tem... Em duas noites devem disparar. Deixo um ananás em casa e ao regressar encontro uma garça.
E a cera dos ouvidos?! O pai é inimigo de lhe colocar cotonetes, aquilo deve estar em forma de cascata. Pineapplefalls.
Aaaaahhh, a senhora formadora estava a perguntar-me sobre a matéria?!
Acha que uma mãe com um filho de oito meses em casa, deixado aos cuidados do pai, sem avós, sem nada, vinha atinar alguma coisa para aqui?!
Acha que uma mãe que pariu à oito meses consegue ter algum poder de concentração e raciocínio. Se eu já tinha um cérebro de nêspera antes de engravidar, agora passei a ter um de mirtilo... Murcho!
Acha?!
Aaaaagooora!!! Não façam contas comigo."
Resumindo, não li, não dormi as horas que esperava dormir, não vi televisão, não nadei, mas, que diabo, também não é assim tão maaau...ninguém morre de saudades, nem eu nem ele e uma mãe tem de ter este poder de encaixe, tanta coisa que vem por aí fora...
Sabia que ele estava bem e que estava a ser muito bem cuidado. Afinal, para o pai, não há nada mais importante no mundo e mais além do que eu seu lindo Pineapple.
Para complicar mais um bocadinho não deixei nada separado. Não separei roupas, nem mochila para a escola, quis que fosse o pai a comandar as tropas, quis que ele sentisse o peso da responsabilidade. A única coisa que fiz, sem ele saber, foi colocar as melhores roupas a fazer pandã por cima. Sabia que ele iria pegar na primeira coisa que visse. Quando viu o resultado deve ter-se sentido super orgulhoso.
A verdade é que quando cheguei, depois de levar tantos beijos e abraços o senhor mini Pineapple só queria pai pai pai...
Correu bem... Bem demais.
Fui me deitar de coração apertado, mas no dia a seguir ele já gargalhava para a sua mãe com todos os seus dentes... Três!
A viagem foi alegre e divertida, com muito sono, falta de concentração e boa comida à mistura.
Falamos de espíritos e lugares assombrados ao jantar para cada um ir dormir de luz acesa para o seu quarto e arregalar o olho ao mínimo som.
Um ponto muito positivo:
O pequeno almoço de hotel. É bom, é muito bom.
Fui comer um crumble de maçã ao Espaço em Cena e fiquei deliciada com o crumble, com as infusões, com o ambiente e com a decoração. Five stars!
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