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A maternidade abordada em tom humorístico, no meio do Atlântico, por um casal em que a experiência neste mesmo assunto é nula. O objectivo é relativizar o difícil e complicado e rir, rir muito...
Finalmente chegou o dia de nos pormos na alheta.
Até ao dito dia estás sempre a pensar que alguma coisa vai acontecer e alguma coisa é o quê?
É que o pirata apanhe alguma mazela e nos trame as férias. Por isso, na recta final estava eu sempre a perguntar,
"vê se ele está quente, achas que é febre? Vê se tem borbulhas."
Até à data tudo ok, só uma intolerânciazita à lactose que foi rapidamente controlada.
Começamos muito bem, só com um pequeno percalço chamado "voo cancelado".
Sem stress, vamos no dia a seguir, o importante é que estamos de férias e que se é para acabar o mundo que seja quando estivermos de férias. O importante é o espírito em que se leva a coisa.
No dia a seguir lá fomos nós todos animados rumo aos states.
O JM tomou, sem a nossa autorização, alguma substância ilícita que provoca safadez, hiperactividade com um toque de malcriação e desfadamento. O rapaz virou. Eu não sei, mas se me pedirem para fechar os olhos e visualizar o Hitler com 16 meses eu fecho e vejo um Little Pineapple com bigodinho a impor a sua vontade por todo o lado.
Andou a viagem toda a meter-se com as assistentes de bordo, a fazer palhaçadas, a achar-se engraçadinho, a dizer não a todas as minhas ordens. A querer ficar em pé quando deveria ficar sentado, a querer ficar sentado quando deveria andar e se já falasse aposto que diria qualquer coisa como "eu quero que a rua sésamo vá para o raio que a parta."
Se calhar é a ausência de lactose que o enche cheio de vontade própria, cheio de dono de si, cheio de confiança.
Truque de viagem número um:
Munires-te de bananas e pão. Só com bananas e pão é que ele sossega.
Ao chegarmos a Boston lá fomos nós sem carrinho de bébé com ele ao colo para a fila interminável dos passaportes e da alfândega, por cá, país magnífico, este topo do mundo, não há prioridades para bébés, deixam isto para a recôndita e velha Europa.
Ao sairmos do aeroporto estavam nada mais nada menos do que 9 graus. Frio pra cacete e o nosso transfer só nos poderia vir apanhar dali a uma hora. Uma hora a rapar frio e a tirar beatas das mãos do JM, sim ele cata tudo o que é lixo e sim ele continuava em modo "electric Pineapple". O transfer chegou mesmo a tempo de eu não me passar com as malditas beatas.
Estava carregado de bombeiros brasileiros, peruanos e outros que mal consegui decifrar, o cansaço já se tinha apoderado de mim desde o primeiro minuto da viagem. Preparar, prever, organizar as tralhas de uma viagem com uma criança caaaaansa muito. Toca a despachar que no dia a seguir partiríamos para as Bermudas, para o sol e calor.
A viagem demorou duas horas, o que acaba por ser peanuts para quem vem de uma de quase seis horas.
Ao aterrarmos nas Bermudas, saímos do avião e primeira constatação:
Bafo! Humidade absurda com temperatura absurda, igual a calor demoníaco.
Segunda constatação:
Dão prioridade às crianças, o que faz toda a diferença para quem carrega piolhos eléctricos e jet legados e cozidos do calor.
Ao preencher os papéis alfandegários percebi que não sabia a morada que iríamos ficar. Disse: " inventa uma."
" Não, digo que vamos ficar em casa de família e verás que não há problema." Respondeu o pai da criança.
Eu só queria chegar ao destino, ver e almoçar com a minha mãe...
Tinham-nos dado prioridade e tudo... só que...
Continua...
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