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A maternidade abordada em tom humorístico, no meio do Atlântico, por um casal em que a experiência neste mesmo assunto é nula. O objectivo é relativizar o difícil e complicado e rir, rir muito...
E um ano passou num ápice!
Um ano a vivenciar as emoções no limite, no limite da alegria, da felicidade, da angústia, do medo, da insegurança, da adrenalina, da serenidade, da paz e dos ataques de nervos. De repente, surge um ataque de nervo miúdo quando vês a tua casa em modo tsunami nuclear e dizes, porra, vivemos numa pocilga... E parece que é aceitável.
Desde que o JM nasceu que eu não tenho o cesto da roupa suja vazio... Aliás, passou a haver dois cestos de roupa, o nosso e o dele. Parabéns para quem consegue, parabéeeeeens (digo isto em modo teenager que revira os olhos e cruza os braços).
Antes de ele nascer dezenas de milhar de pessoas diziam-me "a vida muda muito, vais ver. Dorme, dorme o máximo que puderes." E nós interiorizamos estes conselhos, sabíamos que os jantares, as saídas, as noites seriam curtas, muito curtas, por isso não nos custou rigorosamente nada prescindir dos jantares, do coliseu, das estadias tórridas na praia até anoitecer... Não custa estar sempre a verificar a fralda, a preparar o leite, a papa, a sopa, o segundo prato, a fruta, o banho... Não custa, aliás, estás formatado para dar conta do recado e queixas-te muito de que estás cansada, de que não dormes, de que não tens tempo para ti, mas no fundo isto não custa mesmo nada.
Não nos prepararam foi para a mudança interna, para a mudança emocional, para a alteração de todo o teu ser que jamais será recuperado.
Hey, isto não significa que passes a ser uma songa monga que só pensa e só fala em filhos, que deixa de ser amiga, mulher, parceira para passar a ser a mais secante de todas as mães.
Isto significa que de um momento para o outro deixa de ser só tu, deixas de te preocupar só com os teus míseros problemas, aliás, passas a ser um apêndice de ti mesmo, estas contigo mas o contigo está sempre com ele, sempre!!
O que custa mesmo mesmo é veres o teu filho com cólicas, com tosse incessante, com febres altas, com viroses, o que custa mesmo mesmo é perceberes que são tão indefesos que necessitam mesmo muito de ti, o que custa mesmo mesmo é saber que aqui ao lado há criancas, bébés que são negligenciados todos os dias, o que custa mesmo mesmo é ver que há crianças da idade do teu filho a lutarem contra doenças demoníacas, o que custa mesmo mesmo é perceber que a felicidade plena e mais pura que alguma vez experienciaste pode de um momento para o outro desaparecer dando protagonismo ao teu maior e pior pesadelo e aí vês o fim, o teu fim.
Até que percebes que todos os dias são dádivas do universo, todos os dias estão pilhados de pequenas coisas boas e que o amanhã é só mesmo amanhã. Aprendes a viver intensamente o presente, deixas de ser capaz de programar qualquer coisa com muita antecedência, deixas de ser capaz de fazer planos infalíveis... Eles serão sempre falíveis... As crianças têm este poder e aprendes a ser feliz, assustadoramente feliz!
Ah já chega de profundidade abissal e passemos ao lado fútil da coisa, lado este que é tão gostoso.
Passemos aos preparativos do seu primeiro aniversário.
Idealizei tudo e arrumei numa gaveta do meu cérebro, sabia que só a iria abrir quando a festa estivesse em cima do joelho.
Fiquei doente, com uma ligeira gripe o que fez com que não pensasse na festa até dois dias antes.
Com antecedência foi pensado e pedido o bolo. Pedi à pessoa mais perfeccionista e habilidosa que eu conheço, à minha prima, (à tal que era parceira em roubar cinco contos e tentar gastá-los todos em gelados de banana.)
Mandei-lhe o protótipo do que queria, sem forras de açúcar e sem bonecos de açúcar, ela ainda insistiu "de certeza que não queres os animais em açúcar, faço-os com gosto a limão?" Ela é perita em bonecos de açúcar, são os mais lindos e bem feitos que conheço, mas seria um desperdício. O bolo seria para nós, adultos, ele nem iria dar por ele, por isso não haveria necessidade.
Se derem uma espreitadela na página bolo quer, bem me quer, vão se passar com a quantidade de bolos perfeitos.
O primeiro AMOR também cá esteve com a sua lente, ajuda e opinião critica.
A madrinha conseguiu reproduzir exactamente o que eu queria em relação à cadeirinha. Esta é outra que quando põe a mão só sai o melhor é o resto compôs-se, sempre rodeados por muito amor e carinho. Quando é assim corre sempre tudo tão maravilhosamente bem.
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