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A maternidade abordada em tom humorístico, no meio do Atlântico, por um casal em que a experiência neste mesmo assunto é nula. O objectivo é relativizar o difícil e complicado e rir, rir muito...
O Verão é aquela temporada marcante, todos os verões deixam marcas na nossa vida, nem que seja a do bronze.
Tudo acontece no verão, apaixonamo-nos vezes sem conta no verão, acordamos bem dispostos, sorrimos e suspiramos de felicidade milhares de vezes. Aquela sensação de mergulho no meio do oceano... Aquele suspiro ao sentarmo-nos na toalha. As cores do verão, a comida do verão, a pele ao ar livre, a liberdade. O Verão, o nosso verão é sempre tão bom, tão curto, mas tão bom.
Este ano o Verão foi atipico, mas foi Verão. Aliás desde o dia 28 de Janeiro que na minha vida vive-se o Verão, um Verão atipico, mas Verão.
Foi um Verão de mergulhos rápidos e de estadias fugazes ao sol. Verão de acartar tralha, de dar sopa na praia, Verão de chapéus de sol e protectores 50.
Foi um Verão de fato de banho e mochilas, de não me importar se estava nublado, de gostar do nublado e do sol tímido, de muitos passeios, almoços e lanches.
Verão sem concertos, noitadas e copos, Verão de esplanadas abraços, beijos e sorrisos...
Foi o melhor Verão... Foi o verão da minha vida!!
Seja bem-vindo Outono, mas neste momento começo a fase da inveja de todos os brasileiros... Ai como eu gostava de viver no Rio de Janeiro com a segurança da Suécia e nível de vida dinamarquês... Ai como eu gostava...
Que fim-de-semana gostoooso!!
Este fim-de-semana foi de dar o canelo de manhã à noite.
Aproveitamos o facto de sermos uma família madrugadora, obra do "piqueno" pineapple e fomos a banhos. Fomos ao eterno paraíso, ao meu paraíso.
Já ouviram falar em lugares mágicos?! Eles existem, lugares que fazem parte de nós, este é para além de especial. Chama-se Caloura!!
Não é só meu, é o espaço mágico de tantas gerações, aqui aprendemos a nadar, aqui saboreávamos o que era a verdadeira liberdade, a verdadeira amizade, o ponto de encontro da alegria e felicidade. Ainda hoje, passados quase trinta e cinco anos, sinto um prazer tão grande, um sentimento de satisfação plena em pisar aquele pontão, em seguir até ao farol e olhar o mar.
Quando morrer, fica aqui dito, quando morrer quero ser cremada e que as minhas cinzas sejam espalhadas por este lugar mágico, mas pela vossa rica saúde, quem estiver incumbido desta tão nobre tarefa tenha a noção que terá de ser em mar alto, num barco. É que se mandarem as cinzas do farol, ainda vem um pé de vento e eu vou parar à esplanada, ainda vou parar a uma dentuça postiça de alguém que pediu um atum mal passado. É que ser comida depois de morta é obra!!!
Este fim-de-semana fiquei tão feliz por ver que agora é o meu gordo mais fofo que tira partido do lugar mágico da mãe.
Ele gostava da água, mas foi este fim-de-semana que vimos que ele transformou-se num Little golfinho.
Depois do impacto da água fria lá esbanjou ele sorrisos.
Em breve lá estará ele a acordar nervoso com tanto objectivo a cumprir. Nadar com braçadeiras, depois só com uma, depois o mar, depois mergulhos e saltos, da primeira, da segunda, da terceira escada e por fim saltar do farol.
Era assim a minha felicidade, desafiar-me constantemente, até os beiços ficarem roxos e não ter controlo do corpo de tanto frio. Precisavamos só de cinco minutos de descanso, de cinco minutos na pedra negra de basalto, na pedra quente e com as marcas das pedras no corpo voltávamos aos saltos, às correrias, mergulhos e amonas.
Saudades...
Quando chegas às nove da manhã e deparas-te com esta beleza passa-te logo a neura de madrugadora à força.
Enquanto uma grande percentagem da população dorme ainda com ganchos na cabeça e purpurina nos olhos, destila álcool por todos os poros e nem se lembra de como chegaram a casa, nós vamos para a cama às dez da noite mas temos a benesse de chegar num sábado de manhã e não haver vivalma... Ahhh benditas festas de verão!!
Mais tarde para a felicidade ser plena junta-se a nós tios, primos e padrinhos prontos para banhos em conjunto.
Pronto, a isto chama-se felicidade!!
Hoje fomos, ver os barcos, é o terceiro dia com cruzeiros atracados e sol à mistura.
E que bom que é vir, sentar de esplanada e fingir que somos estrangeiros.
Quando saio de casa aviso-o:
"Amor vamos ver os barcos e fingir que somos estrangeiros, tá bem?
E ele todo contente e empolgado diz que sim com a cabeça.
Lá estamos nós sentados com os nossos disfarces de estrangeiros até que ele começa a chorar.
Ai "jasus", corro logo para pegar nele e ao ouvido muito disfarçadamente digo-lhe:
"Amor tas a chorar em norueguês e a mamã está a fingir-se de sueca."
E ele:
"Ahh, então tá."
E de imediato chora-me em sueco.
Muito bem, sai todo todo à sua mãe, detentor da arte de improvisar sem se atrapalhar.
Lá estou eu toda ela sueca com um little pineapple sueco.
Finjo que sou designer de uma grande empresa de mobiliário e depois canso-me e finjo que sou decoradora de interiores daquelas casas do pintrest, de estilo nórdico.
Sempre que olho para ele, pisca-me o olho a dizer que sou óptima a fingir de sueca.
Ahh como é bom viver nos Açores...
Até que ele avisa-me:
"Hey, está quase na hora de eu comer. Aviso já que quando chegar a hora e não tiver maminha vou gritar em micaelense. Tou já avisando."
Ai aí aí que se não me ponho em casa lá se vão os disfarces.
Pus-me logo na alheta.
Quando chegamos a casa disse-lhe que amanhã iríamos outra vez e que amanhã seriamos americanos da costa Leste, Califórnia ou são Francisco a trabalhar na Google ou na Apple.
E ele disse:
"Ta bem."
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