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A maternidade abordada em tom humorístico, no meio do Atlântico, por um casal em que a experiência neste mesmo assunto é nula. O objectivo é relativizar o difícil e complicado e rir, rir muito...
O meu bébé já está com quase quatro meses e ainda não vim aqui falar dos grandes feitos dos seus três meses.
Posso dizer com conhecimento de causa que aos três meses dá-se um momento de viragem. Deixam de ser recém nascidos para passarem a ser bébés. Deixam de chorar aos guinchinhos e sempre no mesmo tom passando a ter variadissimos choros.
O choro de fome, o de cólica, o de sono, o do " tirem-me daqui que vocês estão me cegando", acompanhados com as variadissimas caretas.
O do beicinho, o do sem expressão que não percebes se está a chorar se está a rir ou se simplesmente está a falar com os seus colchetes, o dos olhos esbugalhados e vermelho que nem pimentão e por aí diante.
Aos três meses vês que ele tem uma forte predileção por ti.
Ri-se ao ouvir a tua voz, rasga-se em enormes sorrisos quando te vê, foca-te mesmo sendo estimulado por uma multidão, e tu... E tu que não passavas de mais um habitante à face da terra, de um ser que passava despercebido em todo o lado, de mais um, só mais uma pessoa neste tão enormérrimo mundo, passas a ser o centro da vida de uma outra criatura.
Nunca tive tanto medo de morrer, chega a ser assustador.
Antes não olhava com tanta atenção para os sinais que o meu corpo dava. Tudo haveria de passar e tudo era nada. " Ah, não deve ser nada!"
Agora, " estou com uma dor no queixo, já tiveste isso? Posso ver o teu? O que será isto?! Se calhar vou ao médico. Se calhar faço análises."
E pronto nasceu uma hipocondríaca dentro de mim, tudo porque tenho um medo avassalador, passando a ser o maior medo de sempre, medo de não estar presente para ele, medo que ele cresça sem uma mãe, medo que fique sózinho.
Agora percebo, da forma mais crua de como se sentem as mães de filhos deficientes, de filhos dependentes...
O que serão eles sem elas?!? Porque, infelizmente, (deveríamos ser eternos, hibernando de vez em quando para descansar) a lei da vida manda os pais embora mais cedo, quando temos, nós filhos, bagagem suficiente para nos desenrascarmos, eles não. Estão à mercê de uma sociedade que os mal trata...
Ai, que ponho-me a pensar nestas coisas e fico logo com o feriado estragado. Não fosse os festejos da pombinha do Mota Amaral e a carne assada que acabei de comer à borlix na Maia já estava aos prantos.
Passemos aos grandes feitos do pequeno Pineapple...
Estão preparados??
Vá sem dar "quebrante" nem mau olho...
O Little Pineapple já há um mês que dorme das 21:30/ 21:45 até às 8:45 e acorda porque o vamos acordar.
Dorme onze horas seguidinha. Onze!!
Pronto agora que me vim fazer de esperta, hoje vai acordar às 3, 4, 5 e 6 da manhã.
Antes de completar os três meses começou a dormir sozinho no seu quarto e porta-se lindamente.
Por ser ainda tão pequenino, não estranhou nenhuma ausência... Dorme que se consola.
Decidimos implementar uma rotina rigorosa, fazendo com que tudo girasse à volta do menino, mas compensou. Tirando as noites de cólicas , que são raras, parece que engoliu um relógio Suíço.
Acorda com uma disposição que nem rei de um condado próspero, de um condado cheio de petróleo, disposição esta que vai decrescendo ao longo do dia. A partir das 18h mais coisa menos coisa apercebe-se que é rei de Portugal e fica infernizado, infernizando-nos a vida, que nem Troika a exigir um défice abaixo dos 3%.
Às 20h toma banho, a coisa compõe-se porque adora a água, o patinho, a piroca de fora. Volta a ficar rabugento quando o vestimos e as 20:45 está quase de joelhos a pedir por favor dêem-me de comer e põem-me na cama.
A minha teoria é que ele fica cansado do dia, de dias tão grandes. O dia para ele é tão grande que parece ter 72h.
Ele dorme cerca de uma hora de manhã, duas à tarde e uns 20 a 30 min no final da tarde. E todas as vezes que acorda vê que ainda tem a mesma roupa, indicando-lhe, assim, que permanece no mesmo dia. Obviamente que o rapaz chateia-se.
"Humm ok, ainda com a mesma roupa, mantemo-nos no mesmo dia". Uma vez.
"Outra vez, continuo com a mesma roupa, ainda é o mesmo dia" Duas vezes.
"Já começo a largar um fedorzinho e a desgracada não me muda de roupa, já começo a ficar farto desta merda toda!!!!" Três vezes...
Aí damos banho, mas ele já pede por favor avancem no calendário que estou que nem posso.
A modos que o meu próximo projecto, será vestir-lhe uma roupa nova após cada sesta e gritar-lhe bom dia como se fosse a primeira vez... E depois passar o resto do dia a lavar, estender, dobrar e passar roupa. Tudo em prol da boa disposição do pequeno rei.
Cócó, é coisa que continua a não fazer todos os dias, mas já começa a encarreirar.
Ri-se muito, muito e já começa a dar pequenas gargalhadas.
Adora as suas mãos e troca os olhos para as ver bem de perto. Ele de olhos trocados apetece comer, dar dentadas de tão fofo que fica.
Baba-se muito muito muito, são babetes e babetes por dia. Anda sempre de mão na boca.
Tem unhas supersónicas, que crescem à velocidade da luz.
Adora andar de carro e de passear no seu carrinho.
Mama ainda nas mamocas da mãe, mas ainda não o é suficiente e acho que nunca vai ser, infelizmente. Mama de seguida um bom biberão de leite.
Este mês não o pesamos nem o medimos, mas podemos dizer à vontadinha, que tem mais de seis kilos e mais de 60 cm.
Continua, segundo, metade da população mundial, parecidissmo à mãe... Concluindo-se, assim, que é lindo de morrer... E mais não digo, se é que me faço entender.
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